Queridos leitores, sempre me deixei nortear na vida por dois sentimentos: amor e gratidão. Sou imensamente grata a Deus por todas as experiências que vivi até hoje, por todas as pessoas que fizeram ou fazem parte da minha história, por amar tanto e ser tão amada. Até mesmo quando algo ou alguém aparentemente ruim me sobrevem, agradeço, pois sempre penso que é para o meu próprio bem, e, por incrível que pareça, é assim que acontece. Sempre acreditei que a felicidade é feita de momentos, e, para poder sentí-la, devemos dar valor as pequenas coisas: uma xicara de chá, a leitura de um bom livro, a presença de alguém querido, uma flor desabrochando no jardim...
Bem, por falar de amor e gratidão, hoje quero homenagear uma família muito especial na minha vida, a família Marcos Gomes, que teve a bênção de ter como chefe o saudoso tio Ernesto, chamado carinhosamente por todos de tio Nelsinho, mas que infelizmente já partiu nos deixando órfãos de sua pureza e bondade. Que tem como matriarca minha querida tia Geni, irmã de meu pai (apaixonada por gatos, assim como eu), e dos sete filhos que nasceram da união dos dois; meus queridos primos: Juarez, Alvarez, Rosaura, Adroaldo, Jaime, Ivanei e Silvana. Lembro como se fosse hoje o dia em que conheci Restinga Seca, a simpática cidadezinha interiorana que visitei pela primeira vez na década de setenta no casamento de meu primo Juarez. Foi amor a primeira vista. Fiz dezenas de viagens de trem Húngaro até lá, viagens inesquecíveis. Tempo mágico da minha juventude que jamais ficará esquecido.
Esta homenagem vai com grande amor para todos os Marcos Gomes que residiram e para os que ainda residem na querida cidade de Restinga Seca (incluindo os que passaram a fazer parte da família), por terem compartilhado comigo sua terra, sua vida e tantos momentos felizes que tenho guardado como um tesouro no cofre inviolável do coração.
Saudade do trem encostando na tua estação férrea de madrugada
Da euforia crescendo no peito na hora da minha chegada
Do tempo que só havia alegria e mais nada
Saudade dos carnavais da década de setenta no Clube Seco
Das prosas despreocupadas na praça Domingos Mostardeiro
De escutar as canções nativas do Candeeiro
Saudade da sanga que no verão me refrescava
Das garças chegando ao entardecer no lugar que as abrigava
Da discoteca do ginásio onde com os primos eu dançava
Saudade de contemplar o rio Vacacaí do alto da ponte
Dos piqueniques na praia das Tunas com gente de monte
De aproveitar o domingo até o sol se por no horizonte
Da família Marcos Gomes uma saudade sem medida
Das lágrimas misturadas com o riso na despedida
Das nossas promessas de um reencontro em seguida
Fui tantas vezes acolhida na terra de Iberê Camargo
Que sempre que volto a ti, Restinga, estampo um sorriso largo
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Alguns lugares e momentos registrados em Restinga Seca
Igrejinha da Lomba Alta
Estação férrea de Restinga Seca
Trilhos, felizmente ainda os encontro pelos caminhos de Restinga
Eu e minha querida tia Geni
Igreja Sagrado Coração de Jesus no centro da cidade
PS: Ainda pretendo postar outras fotos que tentarei conseguir com a família. Grande abraço a todos!