sexta-feira, 22 de abril de 2011

PARA MEU PAI

  Hoje é sexta-feira santa, data propícia para homenagear  uma pessoa de grande fé, de uma fé inabalável, o cristão mais verdadeiro que já conheci nesta vida, meu pai. A ele dedico a poesia abaixo,  bem como meu amor e minha gratidão. Pena que ela só consiga expressar palidamente o grandioso homem que ele foi. 
  Feliz Páscoa a todos!


PAI

Viestes para este mundo decidido a grandes feitos realizar
Não havia uma sombra sequer de medo em teu olhar
Teu lema era lutar com coragem, nunca desanimar

Madeira conhecias como ninguém, com perfeição tudo com ela fazias
Dominavas, entre outras, a arte da marcenaria
Por mais que a lida te fosse dura, nunca desistias

Tuas mãos calejadas podiam ter nódoas, tua alma não
A Nossa Senhora e a Jesus demonstravas imensa gratidão
A ninguém negavas caridade, muito menos teu  perdão

Amavas os animais,  companheiros nas tuas horas de solidão
Tuas lágrimas muitas vezes foram enxugadas por um cão
Com eles trocavas, qual criança desamparada, amor e proteção

Eras um exímio caçador, não havia quem melhor atirasse
Mas antes de tua partida desejou que tua espingarda silenciasse
Que nenhum animal com ela alguém matasse

Quando a maior dor por ti foi sentida
Na hora em que tua companheira  rumou para outra vida
Seguiste honrando teu grande amor depois da despedida

Pai,  teus bons exemplos não esqueço um segundo
Sinto de ti tanta falta que me dói lá no fundo
Pois me ensinastes o amor mais profundo

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Para minha mãe

          Queridos amigos, o cosmos conspira mesmo a favor de nossos sonhos! Digo isto porque hoje, de uma forma nunca antes imaginada por mim, através deste blog,  vou poder homenagear uma pessoa muito especial, minha mãe Wanda Marcos.  Para falar dela acho que seria preciso criar palavras novas, pois mesmo as mais lindas e elogiosas que existem,  parecem ser insuficientes para expressar tudo que ela representou e ainda representa na minha vida.     Lamentavelmente minha mãe já se foi deste mundo, já não posso mais ouvir aquela voz amorosa, sentir aquele abraço amigo, o mais amigo que já recebi,  desfrutar de sua incomparável companhia, sempre tão agradável e divertida, mas restou as melhores lembranças possíveis de se ter e a  consoladora certeza de que nada foi em vão, pois nosso amor sobreviverá eternamente, assim como nossos espíritos. Confesso que quando ela partiu pensei que nunca mais poderia sorrir, ter sonhos, amar, ser feliz novamente. Mas a vida se reinventa, descobre novos caminhos... E aqui estou eu, continuando...
           ...Essas poesias são pra declarar o meu eterno amor e gratidão por ti, mãe...
           ...obrigada por ter me ensinado a amar a vida de verdade e a acreditar que não há espinhos sem rosa...
         

ETERNA PRESENÇA

Nas quase imperceptíveis minúcias te pressinto
Teu genuíno amor encontra mil maneiras de se mostrar
Segues espargindo tua essência
Teus bons fluídos se espalham pelo ar

Sei que em outras paragens, como outrora aqui
Outros se abeiram de ti envolvidos pelo mesmo encanto
Querer-te aqui seria impor limites ao infinito
Tentar, em vão, impedir o amor de ser bendito

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ALÉM DA VIDA

Enquanto aqui passo meu tempo arrastado
Penso nos passos que tens dado aí, do outro lado
Se mesmo aqui já era só bondade teu coração
Tão repleto de sublime afeição
Tanto mais além da vida, onde caminhas para a perfeição
Quantas missões mais haverá Deus de te confiar
Pois Ele, bem mais que eu, conhece o teu grandioso dom de amar

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MERAS PALAVRAS

É tanto amor que eu desejaria te dar
É tanta saudade que insiste em ficar
Que meras palavras nào conseguem expressar
Que nenhum gesto lograria manifestar
Pranteio tua ausência, não pelo vazio que deixou
Pois tua presença jamais de mim se afastou
Ainda ouço aquelas mesmas  palavras que me botavam de pé
Que com tua sabedoria de sempre parece que continuas a me dizer:
-Filha, Deus nunca abandona aquele que tem fé.

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Festejando os quinze anos de sua afiliada Jeane

Comemorando  o primeiro aninho de vida de sua sobrinha Francine

Se divertindo comigo e nossas amigas no "Baile da Fofoca" em Taquara  (à direita)

Com seu grupo de bolão  festejando a vitória- (de pé no centro)


Festejando um de seus aniversários ao lado das duas filhas e suas amigas

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Antigamente

                                     As pessoas que me conhecem sabem do meu gosto por coisas antigas, desde casas, carros, móveis, utensílíos, fotos, etc. E, também, o quanto aprecio o estilo de vida  de gente que vive no campo,  principalmente dos mais velhos, pois são estes  que mais conservam os conhecimentos e práticas que herdaram de seus antepassados.  Bom, acho que isso qualquer um pode perceber ao ler minhas poesias, pois elas são pontuadas pela saudade que sinto das coisas de antigamente.
                                     Embora não pareça, é fato que nasci na cidade, mas sempre digo que, se fosse possível, queria viver no mato  levando uma vida mais tranquila, mais simples mesmo, sem muitas necessidades. Viver com aquela fartura que viviam meus avós, digo fartura porque também é rico quem tem poucas necessidades.
                                     Sabem, sempre achei que o estresse é  uma doença dos tempos modernos,  que resulta do fato do homem estar cada vez mais distante da natureza e condicionar a sua felicidade as  coisas materiais que consiga adquirir.  E o mais irônico disto tudo é que o ser humano acredita ter conquistado melhor qualidade de vida, ainda que muitos mal consigam ter uma boa noite de sono.
                       ...Bom, mas ainda nos resta a poesia...  
                      ...Nela sempre existirão flores, pássaros, riachos e sonhos...
   


ANTIGAMENTE

Queria de volta aquele tempo de outrora
Quando o amanhecer se chamava aurora
E a felicidade era mais simples que agora

Queria ouvir aquelas histórias de assombração
Só com a lua clareando a entrada do portão
E o silêncio dos bichos na escuridão

Queria a rudeza daquelas lidas
Quando com ervas se curavam as feridas
E o sono era embalado por  cantigas

Queria aquela mesma severa criação
Quando os netos pediam bênçãos beijando a mão
E dos mais velhos vinha sempre a maior lição

Queria aqueles seres com sorriso de alma boa
Que confiando acolhiam qualquer um que andasse à toa
Cuja pureza de tantos hoje destoa

Queria de volta aqueles antigos namorados
Com seus olhares tímidos e apaixonados
Com suas mal traçadas linhas nos recados

Queria aquelas velhas e sábias parteiras
Aquelas  misteriosas e devotadas benzedeiras
Com suas rezas milagreiras

Queria de volta o passado de repente
Viver com a simplicidade daquela gente
Pra não desejar da vida nada diferente














 
                                          

  

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Salseiro da minha infância

     Olá, meus queridos, antes de mais nada quero falar da alegria que tenho vivido nos últimos dias com o nascimento deste meu blog. Há  muito tempo não me sentia tão cheia de energia, tão motivada para a vida.    
     Sabem, andei pedindo a Deus nos últimos tempos para encontrar algo diferente em termos de realização, algo além do meu ofício, que desse  mais sentido a minha existência.   Eis que surge essa possibilidade com o blog, a de compartilhar com os outros minhas poesias ao invés de deixá-las empoeirando nas gavetas (como venho fazendo desde a adolescência). É  uma sensação inexplicável,  é como se eu sentisse o coração afagado por cada pessoa no momento que as le.
    Bom,  agradecendo a Deus por mais este  presente, é com orgulho que apresento a vocês um amigo de longa data... 


SALSEIRO DA MINHA INFÂNCIA

Já acenavas na beira da estrada quando nasci
Bendita mão que te plantou ali
No mesmo lugar onde feliz cresci
Subindo e descendo em ti

Num passado de indizível contentamento
Pássaros de penas multicores
Carreteiros viajores
Em tua sombra encontraram alento

Minha mãe da sala onde costurava
Nos tecidos pensamentos  alinhavava
Sentindo a mesma brisa que teus galhos agitava 

Num  triste dia de recordar
Vieram com ordem de tua vida ceifar
Tu impedias o progresso de passar
Quanto medo de te ver tombar
Mas te salvou meu pai,  por como eu te amar

E hoje, com teu tronco quase oco
Meio alquebrado pelo vento a soco
Inda suportas a fúria de algum temporal
Aguardando o dia que  por derradeiro ainda servirás
Para aquecer o frio de uma  noite invernal


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Eis aí o meu homenageado, em tempos idos e nos dias atuais, ainda guardando a nossa velha morada.



                     Ele a esquerda, no outono, quase sem folhas
Eu ao lado de meu companheiro no dia em que completei 15 anos


 
Nos dias de hoje, ainda forte e garboso no alto de seus  cinquenta e poucos anos



Eu (no capô), minha irmã Rosane (ao meu lado), minha mãe Wanda Marcos (na direção)  com os primos (da esquerda pra direita): Jeane, Juliano, Daniel, Alvarez,  Rosaura e Adroaldo (ao fundo), todos  a sombra de nosso frondoso salseiro