sexta-feira, 8 de abril de 2011

Antigamente

                                     As pessoas que me conhecem sabem do meu gosto por coisas antigas, desde casas, carros, móveis, utensílíos, fotos, etc. E, também, o quanto aprecio o estilo de vida  de gente que vive no campo,  principalmente dos mais velhos, pois são estes  que mais conservam os conhecimentos e práticas que herdaram de seus antepassados.  Bom, acho que isso qualquer um pode perceber ao ler minhas poesias, pois elas são pontuadas pela saudade que sinto das coisas de antigamente.
                                     Embora não pareça, é fato que nasci na cidade, mas sempre digo que, se fosse possível, queria viver no mato  levando uma vida mais tranquila, mais simples mesmo, sem muitas necessidades. Viver com aquela fartura que viviam meus avós, digo fartura porque também é rico quem tem poucas necessidades.
                                     Sabem, sempre achei que o estresse é  uma doença dos tempos modernos,  que resulta do fato do homem estar cada vez mais distante da natureza e condicionar a sua felicidade as  coisas materiais que consiga adquirir.  E o mais irônico disto tudo é que o ser humano acredita ter conquistado melhor qualidade de vida, ainda que muitos mal consigam ter uma boa noite de sono.
                       ...Bom, mas ainda nos resta a poesia...  
                      ...Nela sempre existirão flores, pássaros, riachos e sonhos...
   


ANTIGAMENTE

Queria de volta aquele tempo de outrora
Quando o amanhecer se chamava aurora
E a felicidade era mais simples que agora

Queria ouvir aquelas histórias de assombração
Só com a lua clareando a entrada do portão
E o silêncio dos bichos na escuridão

Queria a rudeza daquelas lidas
Quando com ervas se curavam as feridas
E o sono era embalado por  cantigas

Queria aquela mesma severa criação
Quando os netos pediam bênçãos beijando a mão
E dos mais velhos vinha sempre a maior lição

Queria aqueles seres com sorriso de alma boa
Que confiando acolhiam qualquer um que andasse à toa
Cuja pureza de tantos hoje destoa

Queria de volta aqueles antigos namorados
Com seus olhares tímidos e apaixonados
Com suas mal traçadas linhas nos recados

Queria aquelas velhas e sábias parteiras
Aquelas  misteriosas e devotadas benzedeiras
Com suas rezas milagreiras

Queria de volta o passado de repente
Viver com a simplicidade daquela gente
Pra não desejar da vida nada diferente














 
                                          

  

2 comentários:

  1. Olá Prima,

    muito lindo o seu poema.

    gostaria de ver também as legendas das fotos postadas.

    abraço,

    juliano

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  2. Obrigada primo, fico feliz que tenhas gostado. Bom, quanto as fotos,são de uma casa abandonada que eu e o Cuti descobrimos por acaso em Tucanos, interior de Taquara. A menina que aparece com os bezerros é a minha afiliada Evelyn, filha do meu primo Luiz, que tá na outra foto puxando a vaquinha leiteira. Mas a minha foto preferida mesma é dos dois amigos solitários, isolados numa fazenda de reflorestamento de pinus na Várzea do Cedro em São Francisco de Paula. Grande abraço

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