sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Velha figueira

               Estes versos foram inspirados pela força e beleza de cada uma das figueiras que tive o prazer de fotografar em  minhas andanças pelo interior. Rendo a elas todo o meu respeito e gratidão, rogando ao criador que as proteja da fúria insana do (mal)dito progresso.

Velha Figueira

Era uma figueira de alma velha
destas impregnadas de memórias
que lembrava tempos ancestrais
se ergueu  silenciosa e lentamente
aprofundando suas raízes chão a dentro
quantas vidas abrigou em seus robustos braços
açoitados por duros temporais
quantos a sua sombra repousaram
desapercebidos de sua grandeza
E ainda ontem, mesmo solitária e triste
lá no alto da coxilha resistia
mas o homem inconsciente
pobre de alma e de mente
ao som de golpes inclementes
apagou cem anos de repente

 











 
 

 
 

 

5 comentários:

  1. Nossa!! Que homenagem, de arrancar lágrimas nos olhos! Parabéns!

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  2. E sem deixar de admirar a última foto, a nossa figueira!

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  3. Bem lembrado, meu amor! A nossa jovem figueira, esta árvore tão valente que sobreviveu a vários atentados... presente do meu saudoso pai!... Que ela possa crescer protegida dos malfeitores urbanos, que parecem gostar apenas do cinza morto do concreto...

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  4. ... gostei de reler e sentir (diferente )meus escritos de anos atrás... "o rio pode ser o mesmo, mas sua águas não"

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